sábado, 3 de outubro de 2015

Diz que é... Praxe!

Ora cá estamos, numa época em que já saíram as colocações do ensino superior e cheira a caloiro! É então altura para sacar o traje do armário!
Este ano, pelo que me tenho apercebido, só li acerca de uma actividade de Praxe em Faro que envolvia areia, pessoas enterradas na areia e alcool derramado em pessoas enterradas na areia...
Cujo resultado foi uma aluna entrar em coma alcoólico.
Tirando esta, o que está a dar agora é ser pró ou contra a vinda de refugiados para Portugal, porque antes desta notícia, a minha vista não bateu em mais nada acerca do assunto Praxe.
Mas voltando à actividade praticada em Faro... Qual foi o intuito desta Praxe amigos? Porquê? Que desperdício, não se entende! Eu li que foram enterrados cerca de vinte caloiros (maltinha, enterrados?? Mas o enterro não é lá para Maio??) e foram encontradas cerca de três dezenas de garrafas de bebidas com alto teor de álcool...
Como?? TRÊS DEZENAS?? Oh jovens, tanto cocktail que se podia fazer e distribuir por pessoas sentadas à volta de uma mesa a conviver... mas não!! Bora lá enterrar os meninos na areia, na horizontal e obrigá-los (?) a beber...

Esperem lá, OBRIGAR?? Então mas a caloira tinha 19 anos e foi obrigada a tal?

Deixando aqui o meu testemunho e a minha experiência nestas andanças, já lá vão sete anos como praxante mais um (claro) como caloira.
E recordando... era tão bom ser caloira! Sim, no meu ponto de vista, preferia ser caloira do que estar a praxar... Divertia-me para lá de muito, a responsabilidade era menor, nunca me desrespeitaram e eram sempre presentes.
Bem, diz o ditado que só quem está no convento é que sabe o que lá vai dentro, não é verdade?
Pois bem, aqui há uns tempos houve assim uma polémica e tal acerca da Praxe e porque era humilhação, e porque os meninos eram maltratados, e por isto e por aquilo. Apontar o dedo é sempre bem mais fácil, mas não se pode pôr tudo no mesmo saco minha gente.
As pessoas esquecem-se é que a maior parte dos alunos que ingressam no ensino superior são maiores de idade, os restantes pouco falta para tal, e só é praxado quem quer. 
Neste ponto falo mais pela instituição que frequento do que pelas restantes (se não sei, não posso falar...), mas onde estudo, todos os que se vinculam à Comissão de Praxe têm de seguir o Código de Praxe, sob pena de sanções caso a Praxe ou a integridade física e psicológica de qualquer caloiro sejam prejudicadas.
Quando praxo faço-o por uma atenção maior aos alunos que ingressam no ensino superior, tentando passar sempre a máxima do "não faças aos outros o que não gostas que te façam a ti" e sempre sem esquecer que "a nossa liberdade acaba quando invadimos a liberdade dos outros".  
Aqui o que conta é que os miúdos se divirtam, que sejam integrados no ambiente académico, que se desinibam e que tenham mais facilidade em comunicar com os colegas que com eles entraram e com os que já frequentam o curso.
Sem que sejam obrigados a algo, só fazem mesmo se quiserem, e se não querem, não são obrigados a tal.

Na minha singela opinião, que vale o que vale, acho que existem praxantes que não dão valor ao traje que envergam nem à Praxe em si, depois acontecem "acidentes" que podiam ter sido evitados..

Vá lá pessoal, não custa nada e apelo ao vosso bom senso, não estraguem a Praxe, usem-na bem! :)

P.S.: Pois, onde estudo o álcool já foi proibido há muito e aquando de actividades de Praxe está também proibido o seu consumo. 

P.S.S.: Quando me dirijo aos meus caloiros como miúdos ou meninos não é no sentido pejorativo, são os meus meninos (pronto ok eu partilho, meus e da Comissão de Praxe do meu curso).

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