terça-feira, 3 de maio de 2016

Fui ao Fórum de Empregabilidade..

No dia 13 de Abril teve lugar no ISCTE-IUL a primeira edição do Fórum de Empregabilidade para a Escola de Ciências Sociais e Humanas e para a Escola de Sociologia e Políticas Públicas.
Este Fórum propunha-se a dar oportunidade aos alunos de licenciaturas como
Antropologia, Serviço Social, Ciência Política, Psicologia e Sociologia para terem
contacto com várias entidades (organizações, instituições, empresas), para trocarem
impressões e até para deixar currículos.
 
Ao longo deste dia alunos inscritos previamente poderiam participar em workshops, conferências e apresentações das várias entidades.
As actividades seriam desde as 9h até às 18h com dois coffee braks e almoço, portanto o dia ia ser mesmo preenchido, com muita coisa a aprender. Pensava eu - que pinto sempre tudo de cor de rosa..
Decidi trazer uma grande amiga minha (e também ela blogger) que vive na Alemanha e que estava de passagem pelo nosso Portugal.
 
Chegámos cedo - sim, não me lembro da última vez que acordei às 7h para ir para o iscte.. - fizemos o registo e dirigimo-nos para o auditório onde decorreu a conferência "O teu emprego de sonho não existe" ofereceida pela Jason Associates.
 
 À primeira leitura o título não é muito auspicioso, mas depois de estar presente e de ouvir o que tinham a dizer percebi o porquê deste título e acabo por dar razão em vários aspectos.
Então  por um lado temos que o mercado (de empregos) modificou-se e nos dias de hoje está muito diferente daquilo que era há 20 anos atrás e que um "canudo" já não é sinónimo de trabalho, MAS(!) por outro lado ter um emprego de sonho é possível se te sujeitares a estágios não remunerados e apostares forte na tua formação.
Eu tenho a sorte de ter um trabalho que me vai pagando estas coisas ao final do mês mas há quem não tenha trabalho e quem também não tenha acesso a bolsa ficando um pouco condenado a não ter como estender a sua formação.
 
O conferencista era  bastante positivo, tudo o que dizia fazia-o de forma empolgada
fazendo-nos acreditar piamente de que o nosso pensamento acerca do "emprego na
nossa área" não está tão longe como pensamos que está.
Fizemos um exercício que consistia em escrever num papel coisas como o que
pretendemos para o futuro, quais as competências que temos, etc. - e, de facto, este
exercício pode ajudar-nos a tomar consciência do que temos (ou do que não temos)
para atingir as metas propostas por nós mesmos.
Ok, já tinha feito um exercício do género numa cadeira, mas a para 5 e 10 anos..
Seguiu-se uma troca de perguntas entre plateia e oradores e o primeiro coffee break.
 
Até aqui, nada a acrescentar, apenas acho que pintaram tudo de "arco-íris, sol e passarinhos a cantar", nada contra, mas a maior parte do público que ali se apresentava tinha não mais de 23 anos, alguns ainda muito verdes, outros nem tanto e por isso com ar de quem está ali bem desconfiado (pelo menos foi o que pareceu).
 
O que tenho a reter desta conferência é o seguinte: 
Independentemente do curso que tirei, tudo depende do que eu sou, da minha experiência noutras áreas, das minha competências (de preferência as que adquiri em contexto profissional e académico..) e do meu pensamento crítico.
 
Após o coffe break seguiram-se as "Mesas Redondas".
Supostamente, e era a ideia com que eu ia, iríamos discutir algo acerca das empresas presentes e a relação com as áreas de estudo envolventes..
O que se seguiu, e não acho mal atenção, foi a apresentação das empresas e que tipo áreas empregavam. Na "Mesa" a que assisti estavam presentes a Couture - Decode + Disrupt, a Lisboa Autêntica e o Museu de Lisboa
Gostei do que ouvi, fiquei a conhecer novas empresas as quais empregam profissionais da minha área, MAS(!) não era para agora já a seguir a correr. (Para quem não está recordado, a minha área é a Antropologia social).
 
Eu não sei como foram as outras mesas (eram 6). Alguém que tenha ido que dê o seu parecer se foi ou não diferente da minha.
 
Terminada a "Mesa" segue-se a conferência "As competências do futuro" oferecida pela Winning. Não consegui perceber o intuito, já tinha ouvido falar de competências do futuro e que estas não vão ser iguais às que são requisito hoje em dia, pelo que nos devemos preparar etc etc.. Eu li, tenho a certeza que li algures no mundo internáutico, mas lamento, não percebi muito de quais seriam as competências para o futuro, com a agravante de que a apresentação era muito extensa para 25 minutos..
 
Seguiu-se uma hora de almoço, onde surgiu a oportunidade de visitar os stands das empresas, organizações e instituições. 
Era o forum de empregabilidade da nossa escola, o espaço perfeito para trabalhar a nossa rede de contactos, para quem não percebeu é trabalhar o networking, e ter noção do quê é que procuram.
Quando se vai ao stand de x ou y entidade, deixamos que se apresentem e que nos incentivem a querer conhecer mais sobre quem ali está, mas assim que perguntávamos que ofertas tinham para licenciados em Antropologia.. "Ã? O quê? Não, deixem-se lá disso.." Uma salva de palmas a todos os que não sabem o que trata a Antropologia e ao facto de não lhes passar pela cabeça em quê é que a Antropologia pode ser uma mais valia!! UHUH!!
 
Eu só pensava, "não, só podem estar a gozar..". Era suposto ser um fórum em que licenciados e alunos podiam ter a noção do que se pode fazer com o que se tem - neste caso o que é que recém formados podiam fazer com as ferramentas que lhes foram dadas pela licenciatura - em que a reposta basicamente é: 
1- Tens de penar até mais não para sequer teres um emprego ainda que não seja na tua área;
2- Vais ter de te esforçar até ao tutano (estágios e mais estágios);
3- Tens as "skils" e o "know how"? Não? Epah, temos pena.
 
E por aí fora.. Foi uma espécie de lavagem cerebral cheia de motivações e muito pintada de cores alegres para, quem sabe, no futuro, talvez não muito próximo, conseguires um emprego que seja na tua área a fazeres o que realmente gostas, mas claro, sempre com os problemas do costume no caminho.
 
Continua..
 


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